sábado, 19 de maio de 2012


Guardas têm um dos piores salários da grande BH em Betim

Piso inicial dos servidores da cidade é inferior ao de seus colegas de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima
SEGURANÇA. CATEGORIA, QUE FOI CRIADA EM 2001, AINDA SOFRE COM FALTA DE ESTRUTURA
Publicado no OTEMPO Betim em 18/05/2012
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DAYSE RESENDE
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FOTO: DIVULGAÇÃO/FUNCIONÁRIOS DO SETOR
Perigo. <Muitas viaturas da categoria estão com os pneus carecas
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Apesar de o estatuto que regulamenta questões trabalhistas da Guarda Municipal ter sido aprovado no fim de abril - depois de três anos de reivindicações -, a categoria continua se queixando da falta de estrutura e do baixo salário. Segundo apuração feita por O Tempo Betim, mesmo Betim tendo a segunda maior arrecadação de Minas, o piso  para quem assume a função hoje de um guarda no município é de R$ 1.122, ou seja, inferior aos seus colegas da capital que recebem R$ 1.638 para uma carga horária de 40 horas por semana. Já os de Contagem e de Nova Lima, recebem 1.338,99 e de R$ 1.582,08, respectivamente.

Em função disso, um guarda que pediu para não ser identificado por medo de represálias, encaminhou um e-mail para a redação reclamando da falta de estrutura oferecida para a categoria. "Nós estamos em situação crítica. Os rádios de comunicação não funcionam desde o ano passado, além disso usamos a mesma farda há mais de dois anos e elas estão caindo aos pedaços. Também não temos viatura decente e somos a guarda mais mal paga e com o menor efetivo da região metropolitana", argumentou.

Outro guarda, que também preferiu não se identificar, criticou um cartaz afixado pela prefeitura em diversos pontos da cidade, que afirma que, nos últimos três anos, o número de efetivo dobrou. "A prefeita diz que dobrou o número de guardas, mas isso não é verdade. Em 2001, quando foi criada a Guarda Municipal de Betim, éramos 200. Hoje, somos 123", justificou.

Caos generalizado
Informações obtidas pela reportagem dão conta de que apenas dez viaturas atendem a demanda do município. Muitas, inclusive, estão com os pneus carecas. Outras quatro foram flagradas abandonadas no pátio da prefeitura por falta de manutenção. Já os rádios de comunicação estão sem funcionar desde o ano passado.

Por causa dos problemas, muitos estão abandonando o cargo. "Entrei em 2009 na guarda e, em 2011, pedi exoneração. Durante esses três anos eu vi que a categoria não tinha mais futuro. Falta vontade política. A estrutura está precária e o salário ficou defasado", disse o ex-guarda José Augusto Gonçalves Neto.
A prefeitura não se pronunciou sobre as denúncias.

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